O Salmo 45 é uma poesia majestosa que, inicialmente, celebra um casamento real, no entanto, uma análise mais profunda revela que o salmista está falando de uma figura muito maior do que um rei humano: ele profetiza sobre o Messias. Sob esse prisma os versículos 6 e 7, mostram declarações claras da divindade do Messias, proclamando Seu reinado eterno e justo. Este estudo mostrará que esse Salmo fala de Jesus e como ele evidencia a Sua Deidade.

"O teu trono, ó Deus, subsiste pelos séculos dos séculos; cetro de equidade é o cetro do teu reino. Amas a justiça e odeias a impiedade; por isso Deus, o teu Deus, te ungiu com o óleo de alegria, mais do que a teus companheiros." (Salmos 45:6-7)

Embora esse salmo seja originalmente um cântico nupcial em honra a um rei de Israel, ele vai além de qualquer figura terrena. O salmista utiliza expressões que apontam para uma revelação superior. O verso 6, por exemplo, refere-se diretamente ao rei como “Deus”, algo que não seria dito sobre nenhum governante humano, por mais exaltado que ele fosse, e isso demonstra que o salmo é uma profecia messiânica.

Essa interpretação é confirmada no Novo Testamento, em Hebreus 1:8-9, onde o autor aplica explicitamente esse texto a Jesus Cristo. Ao fazer isso, o escritor aos Hebreus estabelece que o Salmo 45 não fala apenas de um rei histórico, mas do Messias, o Filho de Deus.



O verso 6 do salmo 45 declara: "O teu trono, ó Deus, subsiste pelos séculos dos séculos." Aqui, vemos que o Messias não é apenas um governante temporal, mas o Rei eterno. Isso está em conformidade com outras profecias sobre o Messias, como Isaías 9:6-7, que descreve Seu governo eterno e pacífico.

Somente Deus pode reinar eternamente. Essa eternidade é uma característica exclusiva da deidade, e o fato de o Messias ser descrito como eterno prova que Ele é Deus.

O cetro de equidade mencionado no texto simboliza a justiça perfeita do reinado do Messias, esse governo justo é um reflexo direto do caráter divino de Cristo, pois somente Deus é perfeitamente justo. O Messias, como Deus, ama a justiça e odeia a iniquidade, além disso, essa justiça perfeita é evidenciada na vida e ministério de Jesus, que sempre buscou a vontade do Pai e julgou com equidade.

O verso 7 diz: "Por isso Deus, o teu Deus, te ungiu com o óleo de alegria, mais do que a teus companheiros." Essa unção aponta diretamente para Jesus como o Cristo (do grego Christos, que significa “ungido”). Pedro confirmou que Jesus foi ungido por Deus com o Espírito Santo e com poder (Atos 10:38). O Pai ungiu o Filho, marcando-O como o Redentor do mundo e o Rei eterno. Essa unção é reconhecida em momentos-chave, como no batismo de Jesus, quando o Espírito Santo desceu sobre Ele e o Pai declarou: “Este é o meu Filho amado, em quem me agrado” (Mateus 3:16-17).

Essa unção representa a cooperação da Trindade no plano de salvação: o Pai ungiu o Filho pelo poder do Espírito Santo, demonstrando a unidade e harmonia perfeita entre as três pessoas da divindade.

O Messias É Deus

A frase “...por isso Deus, o teu Deus...” reflete a relação entre o Pai e o Filho dentro da Trindade. Embora Jesus seja plenamente Deus (“No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus” – João 1:1; “Porque nele habita corporalmente toda a plenitude da divindade” – Colossenses 2:9), Ele, em Sua encarnação, submeteu-se voluntariamente à vontade do Pai para cumprir o plano de redenção (“Que, sendo em forma de Deus, não considerou o ser igual a Deus algo a que se devia apegar, mas esvaziou-se a si mesmo, tomando a forma de servo” – Filipenses 2:6-8).

Esse relacionamento dentro da Trindade não é uma questão de superioridade ou inferioridade, mas de papéis distintos no plano redentor. O Pai envia o Filho (“Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito” – João 3:16), e o Filho realiza a obra de salvação em submissão ao Pai (“Porque desci do céu, não para fazer a minha vontade, mas a vontade daquele que me enviou” – João 6:38). Assim, Jesus pode dizer, como vemos nos Evangelhos: “Subo para meu Pai e vosso Pai, para meu Deus e vosso Deus” (João 20:17).

Jesus demonstrou essa divindade de forma clara. Ele perdoou pecados (Marcos 2:5-7), aceitou adoração (João 20:28), realizou milagres sobrenaturais (João 11:43-44) e declarou ser um com o Pai (João 10:30). Todas essas ações confirmam que Ele é o Messias e que Ele é Deus como está descrito no Salmo 45.

Conclusão

O Salmo 45:6-7 é uma das mais belas proclamações messiânicas das Escrituras, revelando que o Messias, Jesus Cristo, é Deus eterno e justo. Ele é o Rei cujo trono nunca terá fim, o único digno de governar com justiça e retidão. Sua unção como Cristo e Suas ações revelam a verdade de Sua divindade.

Reconhecer Jesus como Deus é essencial para nossa fé e salvação. Que essa verdade nos leve a adorá-Lo e a proclamar Sua verdade ao mundo.

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