Texto Áureo:

“Pelo que julgo que não se deve perturbar aqueles que, dentre os gentios, se convertem a Deus.” (Atos 15:19)

Verdade Prática:

O cristianismo é uma religião de relacionamento pessoal com o Cristo ressuscitado, não um conjunto de regras e ritos.

Leitura Bíblica em Classe: Gálatas 2:1-9, 14.

1- Depois, passados catorze anos, subi, outra vez, a Jerusalém com Barnabé, levando também comigo Tito.
2 – E subi por uma revelação e lhes expus o evangelho que prego entre os gentios e particularmente aos que estavam em estima, para que de maneira alguma não corresse ou não tivesse corrido em vão.
3 – Mas nem ainda Tito, que estava
comigo, sendo grego, foi constrangido a circuncidar-se.
4 – E isso por causa dos falsos irmãos que se tinham entremetido e secretamente entraram a espiar a nossa liberdade que temos em Cristo Jesus, para nos porem
em servidão;
5 – aos quais, nem ainda por uma hora, cedemos com sujeição, para que a verdade do evangelho permanecesse entre vós.
6 – E, quanto àqueles que pareciam ser alguma coisa (quais tenham sido noutro tempo, não se me dá; Deus não aceita a aparência do homem, esses, digo, que pareciam ser alguma coisa, nada me comunicaram;
7 – antes, pelo contrário, quando viram que o evangelho da incircuncisão me estava confiado, como a Pedro o da circuncisão
8 – porque aquele que opera eficazmente em Pedro para o apostolado da circuncisão, esse operou também em mim com eficácia para com os gentios,
9 – e conhecendo Tiago, Cefas e João, que eram considerados como as colunas, a graça que se me havia dado, deram-nos as destras, em comunhão comigo e com Barnabé, para que nós fôssemos os gentios e eles, à circuncisão;
14 – Mas, quando vi que não andavam bem e diretamente conforme a verdade do evangelho, disse a Pedro na presença de todos: Se tu, sendo judeu, vives como os gentios e não como judeu, por que obrigas os gentios avíverem como judeu?

Introdução

A Igreja Cristã, nascida em Jerusalém durante o Pentecostes, teve suas raízes em uma comunidade judaica. Isso trouxe uma herança teológica e ética do Judaísmo, mas também gerou desafios, especialmente no entendimento da relação entre a Lei de Moisés e a Graça em Cristo. A epístola de Gálatas 2 é um exemplo claro de debates sobre essa transição. Nesta lição, exploramos como os apóstolos, especialmente Paulo, enfrentaram as dificuldades impostas pelos judaizantes e defenderam a pureza do Evangelho.

I. Prevenindo-se Contra a Tendência Judaizante

  1. Subindo Outra Vez a Jerusalém (Gálatas 2:1,2)
    Catorze anos após sua conversão, Paulo subiu a Jerusalém por revelação divina. Essa visita, registrada em Gálatas 2, ocorreu antes do Concílio de Jerusalém descrito em Atos 15. Na ocasião, Paulo apresentou o Evangelho que vinha pregando entre os gentios, reafirmando sua convicção de que sua mensagem era dada por Deus e não precisava de validação dos apóstolos.
  2. O Objetivo da Reunião
    Embora a missão inicial de Paulo fosse levar donativos aos cristãos necessitados na Judéia (Atos 11:27-30), ele aproveitou a oportunidade para discutir o Evangelho com líderes da igreja. Essa reunião não foi um concílio, mas um encontro para tratar da liberdade cristã e da verdade do Evangelho.
  3. Tito e a Circuncisão
    Tito, um grego, foi levado por Paulo à reunião como um exemplo vivo de que a salvação não depende de rituais judaicos, como a circuncisão. Apesar da pressão dos judaizantes, Paulo não cedeu, pois isso colocaria em risco a pureza do Evangelho e a liberdade em Cristo.

II. A Tendência Judaizante no Início da Igreja

  1. O Espanto de Paulo
    Paulo ficou chocado ao saber que os gálatas estavam abandonando o Evangelho da graça para seguir "outro evangelho" (Gálatas 1:6). Esse desvio rápido foi considerado por ele uma deserção espiritual, fruto da influência dos judaizantes.
  2. Quem Eram os Judaizantes?
    Os judaizantes eram cristãos de origem judaica que ensinavam que os gentios deveriam observar a Lei de Moisés, incluindo a circuncisão, para serem salvos. Eles se infiltravam nas igrejas e se apresentavam como enviados da igreja-mãe em Jerusalém, embora não tivessem autorização dos apóstolos (Atos 15:24). Esses "falsos irmãos" causavam divisões e minavam a liberdade cristã.
  3. O Clima de Tensão
    Paulo e Barnabé enfrentaram grande pressão dos judaizantes em Jerusalém. Esses falsos irmãos se infiltraram na reunião com os apóstolos, tentando impor suas ideias. A firmeza de Paulo em defender a liberdade cristã foi crucial para evitar que o Cristianismo se tornasse uma mera seita judaica.

III. A Tendência Judaizante Hoje

  1. O Mesmo Evangelho
    Embora Paulo tenha pregado aos gentios e Pedro aos judeus, o conteúdo do Evangelho era o mesmo: a salvação pela graça mediante a fé em Cristo. Não há dois evangelhos; há apenas um, que é universal e suficiente.
  2. O Perigo da Doutrina Judaizante
    A doutrina judaizante ameaçava a liberdade cristã e distorcia o Evangelho ao colocar a Lei como complemento à obra de Cristo. Paulo foi incisivo ao chamar essa mensagem de "outro evangelho" e declarou anátema qualquer um que a pregasse (Gálatas 1:8-9).
  3. As Práticas Judaizantes Atuais
    Algumas práticas judaicas, como a guarda do sábado, o uso do talit, shofar e kipá, são introduzidas por certos grupos cristãos modernos. Para judeus messiânicos, essas práticas têm valor cultural e identidade, mas não são obrigatórias para gentios convertidos. Paulo ensinou que cada um deve permanecer na condição em que foi chamado (1 Coríntios 7:18-20).

Conclusão

A tendência judaizante foi uma ameaça significativa à Igreja Primitiva, mas foi combatida pelos apóstolos com firmeza e orientação do Espírito Santo. O resultado das discussões, como o Concílio de Jerusalém, deixou claro que a salvação é exclusivamente pela graça, sem a necessidade de práticas ou rituais judaicos.

Na atualidade, o mesmo espírito de legalismo pode ser encontrado em algumas igrejas que tentam adicionar regras humanas ao Evangelho. O cristão deve resistir a essas tendências, vivendo na liberdade do Espírito e confiando na suficiência do sacrifício de Cristo. Como Paulo ensinou, "permanecei firmes na liberdade com que Cristo nos libertou e não torneis a colocar-vos debaixo do jugo da servidão" (Gálatas 5:1).

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